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Encontro Norte-Nordete: painel aborda como a IA pode transformar a atuação defensorial

A programação desta sexta-feira (7/11) do Encontro das Defensoras e Defensores Públicos das Regiões Norte e Nordeste teve início com o painel “Defensoria Pública e Inteligência Artificial”, conduzido pelo juiz federal do Ceará George Marmelstein, autor do curso “Superaprendizagem: Conheça a Escrita Jurídica com IA”. A moderação ficou a cargo da defensora pública da Bahia e presidenta da ADEP-BA, Bethânia Ferreira. O evento reúne defensoras e defensores públicos, no Hotel Luzeiros, em Fortaleza (CE), para discutir os principais temas relacionados à atuação da Defensoria Pública e sua importância para a sociedade.

A palestra teve como objetivo discutir os desafios e oportunidades que a transformação digital impõe à atuação da Defensoria Pública, refletindo sobre os avanços e possíveis retrocessos que as inovações tecnológicas podem representar para o acesso à justiça. O eixo central das discussões foi o papel da Instituição na proteção de direitos em um contexto cada vez mais permeado pela tecnologia e pelo direito digital, com especial atenção aos impactos sobre os cidadãos em situação de vulnerabilidade.

Ao introduzir o tema, Bethânia Ferreira destacou que a inteligência artificial é um dos assuntos mais pulsantes na Defensoria Pública. Segundo ela, os avanços tecnológicos precisam dialogar com as demandas concretas da atuação defensorial.

“Penso na realidade dos meus associados e associadas que estão na linha de frente dos atendimentos. Hoje, vivemos uma nova perspectiva de sociedade que traz desafios e possibilidades para incorporar a inteligência artificial à nossa atuação. No entanto, enfrentamos grandes obstáculos, entre eles o orçamentário. Como promover modernização e otimização sem recursos adequados para implantação tecnológica dentro da Instituição?”, pontuou.

Em seguida, George Marmelstein apresentou um panorama técnico sobre as principais ferramentas e aplicativos de IA utilizados atualmente.

Para ele, dentro do sistema de justiça, é essencial alinhar o uso dessas tecnologias à qualidade, profundidade, ética e à dimensão humana da atividade jurídica. O magistrado avaliou que vivemos uma revolução cognitiva acelerada, que impacta diretamente a forma como o ser humano produz conhecimento.

“A tese é que, em breve, todas as atividades jurídicas serão realizadas com o apoio da IA generativa. E isso pode ser bom ou ruim, a depender de como utilizamos essas ferramentas”, afirmou.