A Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Estado do Ceará (ADPEC) tem orgulho de contar com associadas que se destacam não apenas no exercício da Justiça, mas também em outras áreas de impacto social. Renata Pita, associada da ADPEC e atleta de alto rendimento, é um exemplo como mulher, mãe, defensora pública e esportista, com diversas conquistas em variadas modalidades.
Renata iniciou sua trajetória no esporte ainda na adolescência, dividindo sua rotina entre os estudos e os treinos. “Iniciei a vida esportiva com a prática de jiu-jitsu, onde permaneci por 10 anos e conquistei títulos, tais como campeã brasileira, pan-americana e mundial”, relembra. No mesmo ano em que foi campeã mundial na modalidade, também foi aprovada no vestibular para Direito, demonstrando desde cedo sua capacidade de conciliar alto rendimento e dedicação acadêmica.
A imersão no crossfit veio depois, e mais uma vez Renata alcançou feitos notáveis. “Descobri o crossfit, que até hoje pratico, e conquistei títulos importantes: campeã brasileira open, campeã latino-americana open e fui a única representante brasileira no mundial nos anos de 2018 e 2019”, destaca. Já em 2023, iniciou sua jornada na canoa havaiana, modalidade em que, em pouco tempo, obteve resultados expressivos. “Em 2024 fui vice-campeã brasileira, e no último final de semana, fui campeã brasileira 2025”, celebra.
Equilibrar o esporte de alto rendimento com a carreira na Defensoria Pública sempre exigiu muita disciplina e estratégia e “saber reconhecer os momentos certos de dedicação para cada área”. Na fase universitária e depois, já como defensora pública, Renata adotou uma abordagem equilibrada. “Nos períodos de competição, me dedico mais ao esporte e aproveito para tirar férias; fora deles, foco totalmente na carreira. Foi essa alternância de foco e comprometimento que me permitiu crescer nas duas áreas.”
Além de influenciar sua trajetória profissional, o esporte também trouxe ensinamentos valiosos para sua atuação na Defensoria Pública. “O esporte me ensinou resiliência, foco, organização e, acima de tudo, lidar com pressão — habilidades que se transferem diretamente para a Defensoria”, destaca.
Para Renata, a rotina intensa e emocionalmente exigente da profissão encontra paralelos no universo esportivo. “Tanto como atleta quanto como defensora, é preciso lutar por resultados, enfrentar adversidades e se reinventar diante das dificuldades. A diferença é que, na Defensoria, a luta é pelo outro — e isso dá ainda mais sentido a tudo.”
Além de atleta e defensora, Renata também se orgulha de seu papel como mãe, e acredita que a relação com sua filha tem se fortalecido com a presença da pequena nos treinos. “É uma forma muito bonita de compartilhar com ela algo que me inspira e me motiva”, conta. Mais do que isso, Renata vê no convívio diário um exemplo poderoso: “Quero que ela cresça vendo que é possível ser mulher, mãe, profissional e atleta ao mesmo tempo, com amor, dedicação e coragem.”
A relevância de suas conquistas se intensifica pelo fato de ser mulher, uma realidade que Renata reconhece com orgulho: “As conquistas no esporte e na carreira ganham um peso ainda maior quando a gente entende os obstáculos históricos e sociais que as mulheres enfrentam para ocupar certos espaços”.
Para ela, cada vitória, cada título e cada conquista profissional representam mais do que realizações pessoais. “Ser mulher e conquistar títulos, romper barreiras, representar o país, passar em um concurso público difícil e atuar como defensora — tudo isso carrega um simbolismo de resistência e inspiração. É uma forma de mostrar que podemos estar onde quisermos, mesmo que isso exija mais de nós. E que nossas conquistas não são apenas pessoais, mas coletivas: elas abrem caminhos para outras mulheres também.”
Futuramente, Renata tem metas bem definidas tanto no esporte quanto na carreira jurídica. “Meu foco está na canoa havaiana, modalidade que comecei a praticar recentemente, mas que já me trouxe conquistas importantes. Meu objetivo agora é continuar evoluindo e buscar destaque também em competições internacionais”, afirma.
No âmbito profissional, sua dedicação à Defensoria continua firme: “Quero continuar atuando com excelência, contribuindo cada vez mais para a promoção da justiça e da dignidade das pessoas em situação de vulnerabilidade.”
